Um leve brilho


Escrevi este texto no dia 30 de Janeiro. Estava dentro de uma caixa (leia-se quarto pequeno) tentando entender a pluralidade e vastidão do mundo do lado de fora da caixa. Apesar de está fisicamente dentro do quarto a minha mente viajava muito além das fronteiras do globo terrestre e eu percebia aos poucos a intensidade daquele dia.
Sentia naquele exato momento uma energia inexplicável, difícil de traduzir em palavras, mas vou caracteriza-la aqui simplesmente como um "leve brilho". O que talvez seria apenas uma mísera faísca ou a sombra projetada da realidade. Me sentia sozinho neste dia, mesmo quando estava cercado de pessoas, pois não conseguia explicar o que eu estava sentindo, mas não estava triste, só sei que essa solidão me colocava em contato comigo mesmo e só assim eu poderia tentar descobrir o quanto o infinito parece com as coisas que saem de dentro da nossa consciência. Pare um instante e pense na capacidade que você tem para elaborar determinados pensamentos e comece a entender que o pensamento é o primeiro passo para a realidade das nossas ações práticas e a base que sustenta todo e qualquer projeto de vida. Parece auto-ajuda, mas tente entender e antes de avaliar a qualidade do contexto, tente fazer uma avaliação sem julgamentos.
Na parte da manhã do dia 30 de janeiro na rodovia BR040 viajando para Três Marias me deparei com uma natureza mais viva, mais bela, tocante e divina e foi nesse exato momento que entrei em contato com essa sensação sem nome. Foi neste exato momento que abriram as porta da minha percepção, mas só um pouco, somente a quantidade necessária de um pequeno instante. Queria saber explicar essa sensação, mas só consigo descrever que aquilo me deixou extremamente radiante e feliz, talvez certo de que alguma intervenção suprema e misteriosa conduzisse a abertura da minha percepção, mas muito além do nosso entendimento humano. De lá pra cá percebi que era prepotência da minha parte ousar dizer ou até mesmo pensar que estamos sozinhos. Em qualquer circunstância eu, você e seja quem for, seja honesto ou vil, seja uma bom ou não, todos estão cercados de um "leve brilho" que ajuda no nosso processo de transformação e evolução. Basta abrir os olhos e tentar ver o mundo com mais sinceridade e menos julgamento.

0 comentários: