Fabricando Tom Zé.



FABRICANDO TOM ZÉ é um documentário sobre a carreira, a vida e a obra de um dos mais geniais artistas brasileiros:
Antônio José Santana Martins, o Tom Zé. Mais que registrar a figura de Tom Zé, é um filme histórico sobre o que este músico tão controverso representa não só no cenário musical brasileiro, mas também internacional.

Dirigido por Decio Matos Jr., FABRICANDO TOM ZÉ nasceu do fascínio que o diretor tinha pelo músico baiano. Como linha narrativa, escolheu acompanhar a turnê que Tom Zé fez pela Europa em 2005. Além de contar com entrevistas, imagens históricas, registros de ensaios ao vivo e em estúdio e cenas inéditas dos shows realizados na Suíça, Itália e França, o documentário foi captado em vídeo digital e película super 8mm e ainda conta com cenas em animação. Tudo para revelar com fidelidade e criatividade o universo multifacetado de Tom Zé.
Longe de ser um documentário institucional, o filme prima por ressaltar vários momentos da carreira deste artista único.

 
Por isso, entram em cena não só entrevistas mais que pessoais e espontâneas que Tom Zé concedeu à equipe do filme, mas também depoimentos de amigos, músicos, críticos e especialistas. Não ficam de fora cenas polêmicas, que muitos
diretores optariam por excluir, mas que contribuem para uma visão total deste peculiar artista brasileiro.
Decio Matos Jr. e equipe acompanharam por mais de dois anos os passos de Tom Zé desde sua cidade natal, Irará, na Bahia, até o Festival de Montreux, na Suíça, um dos mais importantes eventos de música do mundo. O resultado são imagens ora felizes, ora tristes, ora de celebração, ora de desentendimento, mas sempre enriquecedoras e cruciais para montar o caleidoscópio Tom Zé.

 
Nesta viagem musical, o filme traça uma linha do tempo que conta desde o início da carreira até o Tropicalismo, passando pelo período em que foi esquecido pela mídia até chegar em seu reconhecimento internacional. Este último acontecimento, que selou de vez a carreira e atestou o talento de Tom Zé só ocorreu por conta do empenho do músico e produtor britânico David Byrne, que o “desenterrou de um túmulo que tinha por cima um prédio de 15 andares (Tom
Zé)”.



Nos diversos cenários do filme, Tom Zé transforma-se em protagonista de várias
realidades. Em Irará, de onde, como bem cita Neusa Martins, sua mulher, ele nunca saiu, o músico percorre os caminhos de sua infância e fala de seu primeiro contato com a música. Em São Paulo, cidade que adotou e que tanto homenageou, é retratado em sua vida diária, quando, por exemplo, cuida do jardim do prédio onde morava e hoje é jardineiro.

 
Além do depoimento de David Byrne, que conta que descobriu Tom Zé em
uma loja de discos do Rio de Janeiro e resolveu lançá-lo internacionalmente
pelo seu selo (Luaka Bop) tornando-o um dos músicos mais conceituados
no exterior, ainda há entrevistas com Neusa Martins, o, executivo da
gravadora Sony/BMG da França, Henri Laurence; Gilberto Gil, Caetano
Veloso, o crítico Tárik de Souza, Arthur Nestrovski, os músicos da banda
de Tom Zé, entre outros.

1 comentários:

Alex Veras disse...

Caro Rogério,
Interessantíssimo. Pra quem gosta de música e cultura brasileira é imprescindível vê-lo.
Tom Zé é um gerador de conceitos. Um em cima do outro. Ele provoca desde os músicos até a estrutura da própria música.
Não sei se é pelo fato da sua vivência e os problemas com a ditadura, mas o documentário inteiro é quase um desafio dele contra qualquer sistema ou estrutura. Seja musical, de industria, de rótulos, de poder.. ou seja, Ele é o cara!